Neste momento não gostaria de ter um nome;
muito menos um sobre-nome.
desejei não ter um passado,
ele nos imputa o cumprimento de certos deveres,
nos leva a dar satisfação do que semeamos,
nos engessa proibindo semeaduras diferentes das semeadas.
Intencionei jogar para bem longe o meu presente, com a doce ilusão
de apressar o futuro que lentamente se aproxima
me obrigando a ser sub-reptício. E assim,
vou vivendo meu futuro
com as mesmas marcas do presente,
que deveria ter sido passado; mas que,
em cada novo crepúsculo nos encontramos.
Com a visão obstruida pelas pálpebras, desejei:
não ter um rosto para ser identificado, acusado, reconhecido ou elogiado.
Imaginei não ter marcas dos jeitos e trejeitos que, em mim evidenciam;
talvez pudesse sair, ir e vir vazio do passado,
vazio do presente, vazio do futuro, vazio de todos, vazio de mim;
para enfim,
"comigo" me encontrar.
DOS diferente de DS.